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António Faria

Bicho do Mato


António Faria diz que o move a ideia de melancolia e de claustrofobia transmitidas por espaços impossíveis de ser habitados. E a possibilidade da sua transposição, sobretudo no caso da melancolia: a própria, provavelmente.
A propósito, escreveu Emília Ferreira ‘Num mundo em que a euforia é confundida com um fim em si mesmo, a melancolia parece ser indesejável. E, todavia, a capacidade de ensimesmamento, de inação e de silêncio, essa bílis negra (tradução literal do conceito grego de melancolia) permite a revelação, a passagem da luz, o encontro com o eu mais profundo e individual — e, por isso, com o universal que em todos habita.’ (cat. MNAC, 2020).
Longe de se interessar pelas questões puras de representação da natureza, o artista usa a natureza como metáfora emocional, fechando-a, para criar os ambientes claustrofóbicos que são o seu foco.

Há em António Faria um forte sentido de disciplina, entrega regular ao processo criativo, porque a criação é uma compulsão e um motor de expressão no mundo, com o mundo. Desenhar é uma prática quotidiana, intensa e focada e num diálogo continuado. 

Nesta prática, incorporar o que é por aquilo que é, i.e. a resposta que a obra dá a um qualquer gesto gerando uma nova marca sobre o papel, é muito mais do que aceitar erro, é abolir o conceito de erro em favor do diálogo com a obra em curso.

Este vídeo centra-se no mundo de António Faria, focando-se nas mostras de que o seu trabalho foi alvo durante o ano de 2020 – no Museu do Côa e no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado – e no actual projecto de instalação-desenho em que está a trabalhar.

Website: António Faria
Instagram: @_antonio__faria_

António Faria, artista-designer lisboeta, expõe com regularidade desde os anos 90’s. Com formação em ARTES PLASTICAS (AR.CO), Design GRÁFICO (IAde), o seu trabalho tem sido sobretudo desenvolvido nos campos do desenho-pintura, do design e da Ilustração, com incursões NA EXPERIMENTAÇÃO SONORA.

O seu trabalho é já duplamente reconhecido no Art Olimpia Prize (Tóquio) e visitou países como Espanha, Itália, Inglaterra, Húngria, França.

As suas mais recentes exposições individuais dtiveram lugar em 2020 – O Desenho. Força que Nasce do Silêncio no Museu do Côa e O Elogio da Melancolia no Museu Nacional de Arte Contemporânea (Chiado).