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Tiago Cruz

O diário gráfico e o caderno público

Esta pequena comunicação está intimamente relacionada com um artigo publicado no Volume 1 da série “Nós e os Cadernos”(Cruz, 2016). Um evento onde autores se reuniram para desenhar e para debater em mesa redonda questões relacionadas com os Diários Gráficos e a actividade
do desenho de observação.

Falo, essencialmente, do percurso que me levou a iniciar a minha investigação em torno deste género e do seu posicionamento (e funções) no âmbito da esfera privada e pública. O Diário Gráfico é um artefacto engraçado. É publicado aquilo que não é um “diário” mas como se fosse um “diário”. Não há mal nenhum nisso. É só uma coisa engraçada. Mas deixem-me voltar atrás para que esta afirmação não seja mal entendida. O Prof. Moura Pinheiro, de cenografia, na ACE (Academia Contemporânea do Espetáculo – Porto), disse-nos (a nós estudantes) para transportarmos sempre um pequeno caderno.

Seria um espaço onde poderíamos tirar notas, fazer pequenos esboços, apontar e desenvolver ideias, colar coisas, entre outras coisas. Não era para mostrar a ninguém. Era sim, um espaço privado, uma espécie de diário. Chamou-lhe livro de Bordo. Desde essa altura (por volta de 1998) que mantenho diários
gráficos. Na altura, o acesso à internet era uma coisa complicada. Tínhamos que ir a ciber-cafés e era caro.

Mas sempre que tinha oportunidade para isso,
pesquisava sites de artistas. Curiosamente não eram os seus trabalhos finais que me interessavam mais, mas sim as secções de “esboços”. Melhor ainda quando alguns mostravam os seus diários! O meu primeiro interesse de investigação começava aqui. Esta coisa de mostrar os diários. Na grande maioria dos casos percebia o intuito com que o faziam. Mostravam o processo criativo, o caminho até chegar a uma peça final.

Durante este tempo, também eu ia publicando
algumas páginas dos meus diários. Mas, com uma diferença. Não tinha interesse em mostrar o processo mas sim as páginas por si só. Sempre gostei de as ver e raramente (infelizmente) via artistas a fazer o mesmo.

Claro que me questionava que interesse é que aquilo tinha para as outras pessoas. E por isso, estas publicações eram coisas que ia colocando na internet mas que, de vez
em quando, decidia simplesmente retirar tudo porque achava que ninguém queria saber daquilo para nada. Eram páginas exploratórias com coisas que não faziam
sentido para ninguém excepto para mim. Mais tarde, já enquanto professor na Universidade da Maia, reparei num livro à venda na FNAC do Eduardo Salavisa
(2008) intitulado “Diários de Viagem”. Este livro despertou novamente este antigo interesse. Achei curioso uma compilação de autores que publicam as páginas dos seus cadernos. Na minha cabeça a questão já tinha sido resolvida há bastante tempo.

Publicar o diário gráfico não faz sentido pois não há interesse nenhum nisso para o leitor. Ao folhear o livro do Eduardo reparei que a páginas destes diários publicados eram desenhos “acabados”. Achei curioso. Comprei o livro para poder ver tudo aquilo com mais calma em casa. Fiquei tão interessado neste livro e nas comunidades que desenham em cadernos e publicam os seus desenhos, que decidi, na altura, dedicar toda a minha investigação de mestrado a este assunto. (Cruz, 2012) A questão que colocava era: “Como é que um objecto que é um diário privado e íntimo aparece no espaço público? Com que função? Porquê?” Até hoje, cheguei a muitas conclusões. Percebi as estratégias que os autores usam para manter o caráter privado e íntimo dos seus diários apesar de publicarem os suas páginas, percebi que se calhar deveríamos chamar cadernos de desenhos e não diários gráficos a estas publicações, percebi o interesse das industrias culturais nestas publicações precisamente por causa de toda esta aura da intimidade e da privacidade, percebi que estes cadernos podem ser situados num eixo de tensão entre a exploração e a exposição, percebi que todos estes registos publicados têm um valor documental associados, entre outras coisas.

Hoje continuo a usar a designação “Diário Gráfico” nas publicações que faço por uma questão de normalização. Na verdade, essencialmente, publico apenas os desenhos de observação. As páginas privadas e íntimas ficam lá, no interior do caderno. Não serei o único e há estratégias muito curiosas que diversos autores adoptam para manter esta separação entre o privado e o público. Não sei muito bem porque é que desenho em cadernos. Gosto de desenhar e, transportar um pequeno caderno para o fazer, parece-me uma excelente ideia.

Muitas vezes, não é o objecto que me interessa mas sim a expressão de uma linha, o contraste entre duas cores, a gestão do espaço positivo e negativo, etc.
Enfim, confesso que muitas vezes, aquilo que estou a desenhar é apenas um pretexto para explorar uma determinada expressão gráfica ou estratégia visual. Outras vezes, não. Quero registar as coisas numa atitude documental sem a pretensão de estar a fazer um documentário. Como um turista que chega a um local
e vai apontando a câmera fotográfica para as coisas à sua volta. Relaxa-me. Dá-me um propósito. Permite-me conectar com a realidade. Claro que o meu olhar não é um olhar inocente e aleatório. Aquilo que escolho e que rejeito ver será, no limite, uma escolha feita de acordo com uma série de fatores como as
minhas vivências pessoais, os meus interesses presentes, as pessoas que me rodeiam, o espaço em que me encontro, entre outros.

Acredito que no limite não é possível identificarmos o porquê de olharmos para algo pois haverá imensos fatores que entram em jogo, que se mantêm profundamente enraizados longe da
nossa memória e consciência. Bem, voltando ao Diário Gráfico Um recurso semiótica cheio de potenciais semióticos. Alguns destes podem afastá-lo mais da sua natureza de “diário”. Outros, nem por isso.

Estes desenhos, publicados, perderam imediatamente toda a aura da privacidade e intimidade no momento em que começaram a ser feitos. Ou melhor, esta aura poderá estar lá, mas de uma forma simulada. Não há mal nenhum nisso, pois não há mal nenhum em publicarmos coisas que fazemos. Mas estes desenhos serão uma outra coisa. E não um desenho privado e íntimo embora possa parecer que detém estas características. É realmente importante que tenha esta aura? Penso que, depende… De todas as publicações de diários gráficos que se vão fazendo, aquelas que são realmente privadas e intimas, serão, eventualmente, algo como esta: The Diary Of Frida Kahlo: An Intimate Self-Portrait (Lowe, 2006) Alguém morreu e alguém decidiu publicar os seus diários.

Não chegou até nós pelas mãos da autora. Haveria muita coisa a dizer sobre esta atitude de publicar um diário de alguém que já morreu. Mas vou deixar isso para uma outra conversa.

Tiago Cruz, Pequeno-almoço em Istambul, 2016
Fonte: coleção do autor
Tiago Cruz, Porto, 2015
Fonte: coleção do autor
Tiago Cruz, Preparing the Barbecue, Istambul, 2015
Fonte: coleção do autor

BIBLIOGRAFIA
Cruz, Tiago (2012), Do Registo Privado à Esfera Pública: O Diário Gráfico enquanto meio de expressão e comunicação visual, Tese de Mestrado em Comunicação na Era Digital, pela Universidade da Maia (ISMAI), Maia, Portugal

Cruz, Tiago. (2016). O Diário Gráfico e o Caderno Público, in Cruz, Tiago
(Ed). (2018) Nós e os Cadernos vol.1 (pp. 13-18), Universidade do Algarve:

Edições CIAC Lowe, Sarah (2006), The Diary Of Frida Kahlo: An Intimate
Self-Portrait, US:Abrams

Salavisa, Eduardo (2008), Diários de Viagem, Lisboa: Quimera

Biografia
Tiago Cruz – Arte, Design, Docência e Investigação.

Leciona na Universidade da Maia e é investigador do CIAC (Centro de Investigação em Artes e Comunicação – Universidade do Algarve). É mestre em Comunicação Multimedia, pela Universidade da Maia, e doutor em Média-Arte Digital, pela Universidade Aberta e Universidade do Algarve. Atualmente, os seus interesses ao nível da investigação relacionam-se com a Comunicação/Cultura Visual, o Design de Comunicação e a Média-Arte Digital.

instagram.com/tiagocruz.art

instagram.com/naocoisas

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Michele del Campo

PANDEMIC PORTRAITS

As an artist, I have been very nomadic. I get inspired by traveling and working in many different places, meeting people, observing their spaces and listening to their stories.

When the quarantine was declared, I found myself alone in a new empty studio in Madrid, with only two suitcases, a laptop, and a sketchbook. Then I got an idea: I could still travel, without crossing the door!

From March to June 2020 I asked for volunteers in my social media, perhaps as an artist I could do something special for them, giving them a little gratification in times of hardship from the strict lockdown, in return they could do the same for me: I would portray for free from videoconference anyone who wanted to share their life story with me, which then I would write down and publish.

If it hadn’t been for the long lockdown we would have carried on with our business and I would have never met so many wonderful people and made beautiful friendships. Confined in my new studio, I traveled to about 60 countries and got to visit different houses and different people coming from all sorts of backgrounds. The most precious gift I received was that people opened up to me as if we already knew each other.

They were not just drawings of faces, I didn’t just want to capture a likeness. I couldn’t work from a static photo, these portraits needed to originate from an interaction. I wanted to see how the person changed when they relaxed, when getting tired, or when they were talking or moving. I wanted to do that after I interviewed them, that would get me closer to who they were and prepare me for the portrait. Each videoconference session would last from 1.5 to 3 hours, with some exceptionally longer ones, which had to be spread out in more than 1 day. Later on, I would write the story in my own words and publish at least one “Quarantine Portrait” per day in my social media.

Some sitters, after posing, thanked me by singing, playing a musical instrument, sketching me, reading a poetry, taking me around their house, showing me their views from the windows, their artworks, introducing me to their family, pets, or giving me a demonstration of how they make jewelries, masks or clothes. I realized how truly these “ordinary” people were all extraordinary, and my portraits needed to be a testament of that. Both they and I now keep in touch and cherish the memory of a wonderful, heart-warming experience in times of social isolation.

“PANDEMIC STORIES”

After the big impact of the global quarantine, there never was a return to the old “normality”, and the life of people was more or less drastically changed by the pandemic. After the “Quarantine Portraits” I returned to painting, as I had a solo show, but I still felt that I could learn so much from listening to people and their experience as human beings. After my solo show of paintings, in October 2020, Madrid, I published a new call for volunteers, but I asked them for inspirational or extraordinary life stories, normally related with the pandemic. The notes from the interviews this time took many more pages in my sketchbook, as I wanted to explore, understand and learn as much as I could.

I devoted long days to writing to get to the essence of each story, so I stopped painting for many months. I felt that I was being given invaluable testaments of humanity and I had to transmit them as best as I could. Stories of solidarity, courage, life-changing experiences, life and death, bold decisions, resilience and love accompanied the portraits that I would publish now each Sunday. The portraits were all rigorously made from videoconference or, when travels returned to be allowed, from life.

Michele Del Campo (1976) grew up in San Nicandro, in South Italy. After a Degree in 2001 in Illustration from Dundee (UK) he studied Fine Arts in Milan (Italy) and Madrid (Spain), where he graduated in 2007. He has traveled and lived in many different countries, yet in his work the places are not recognizable, the focus is on people, their stories, emotions and interactions, reflecting a broader human experience that transcends geographical limits. He paints the people he knows, family, friends and neighbours. 

He has had solo shows in Italy, Spain, UK, Switzerland, USA and Peru, and group shows around the world. He has won several prizes, among which the Premio BMW de Pintura. He lives and works in Madrid.

Website | Instagram | Youtube | Pandemic Portraits

Book: Michele del Campo Paintings 2003-2019

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Alan E. Cober

Alan E. Cober Sketchbooks

“He enjoyed the experience of being there to do the drawing. Cober comments, «I enjoy the electric part of it, the eye to hand to paper part of it. The expressionist part of it comes from not knowing what I am doing. It is like starting all over again each time I sit down to do a drawing, not a conscious act, like trying not to copy yourself, just forgetfulness.» … Cober, along with his family, traveled to view sights that were relevant to his commissions. Every family vacation was a mix of work and vacation. … He had hundreds of sketchbooks stored across the shelves of his studio, each one filled with adventures, vacations, people, and animals from different parts of the world. … Alan Cober’s presence was as powerful as his art. Drawing, to Cober, was the key to everything. The only way to learn was to do it constantly, every day, all day.” (Cober-Gentry, 2012, pp. xi-xiii)

Cober-Gentry, L. (2012). Introduction to the Dover Edition. In A. E. Cober, The Forgotten Society, Lives Out of Sight in Nursing Homes, Prisons, and Mental Institutions. A portfolio of 92 Drawings (pp. xi-xiii). Dover Publications, Inc. Mineola, New York

“My sketchbooks, naturally, are the result of my compulsiveness. They are more than an exercise as I do get very much involved in them. Most of my work is of my family – they’re available and they’re so used to me following them around with a pad and pencil that they forget I’m there. That’s the best way to draw people – when they’re relaxed and unaware of your presence or unconcerned with what you’re trying to do. I often wish I were like a chameleon so I could blend into the background.” (Cober, 1969, p. 26)

Cober, A. (1969). The Mind’s Eye. In N. Meglin, On-the-Spot Drawing (p. 26). Watson-Guptill Publications, New York 

“Spend a lot of time going around and talking to people in magazines and even the government, trying to get them to send me to places to document things and people. An artist should be a part of his time and relate to his society. It’s historically valuable, like the work of Hogarth, Daumier and Toulouse Lautrec.” (Cober, s/d, p. 30)

Cober, A. E. (s/d). Illustrator, Reporter & Social Historian. Communication Arts, (Vol. 16, No. 6), p. 30

“He will quite literally drop out of a conversation to begin drawing something that has grabbed his attention, with the result that those around him – even other artists – may find themselves left feeling off-balance in the interplay, trapped in slow motion, lost in the wake. And when Cober does talk, he is often centered inwardly as he finds and mentions some interesting juxtaposition or color interaction: «Look at that orange», or «See how that ligament attaches?»” (Cober, 1991, p. 528)

Cober, A. E., & Johnson, R. N. (1991). Behind the Lines. The Georgia Review, 45(3), 527–536. http://www.jstor.org/stable/41400206

Alan E. Cober was a part of his time, yet ahead of his moment. He was an expressionist and satirist while other illustrators of his generation were realists and romanticists. He was a journalist while other illustrators in his circle were drawing entirely from the imagination. His practice often contradicted his affiliation. He was one with the Rockwell milieu but a pioneer of the anti-Rockwellian evolution. He made it possible for gritty graphic commentary to flourish in the rigid precincts of American illustration—and even the Society of Illustrators in the late sixties.

(…)
Before passing in 1998 at age 63, he was firmly entrenched in the netherworld—which for some is a black hole—between “fine” art and illustration. He was a maverick in the truest sense: at times quite ornery, as mavericks tend to be, other times entirely sanguine about everything around him. By example he showed that illustrators needn’t be schizophrenic in their creative or professional lives; rather, they can have multiple personalities. Cober didn’t abide roadblocks or stop signs. He enjoyed the status of hybrid, yet pushed the concept of illustrator as “author” as far as he could take it. And today, in large part owing to Cober’s tenacity, illustrators can do anything, as he might say, “they fuckin’ well please.”

(Read the full text here)

Steven Heller

Co-Chair, MFA Design department, School of Visual Arts, New York

https://en.wikipedia.org/wiki/Alan_E._Cober

Books:

The Forgotten Society, Dover Publications, Edition April 2012

A prominent artist ventured behind locked doors to portray three “forgotten” social classes: the elderly, people in mental institutions, and the prison population. Alan E. Cober began his career in the 1960s, when illustration took a turn toward a new expressionism. Influenced by the works of Ben Shahn, George Grosz, and Albrecht Dürer, he believed that narrative art could inform public attitudes toward political and social issues. Cober’s aim as a “visual journalist” was to effect change by graphically exposing the realities of our times.
The Forgotten Society presents ninety-two of Cober’s most compelling and emotionally charged “visual essays.” The distinctive pen-and-ink portraits reveal the hidden worlds of people removed from the public eye, including residents of retirement homes, of Staten Island’s Willowbrook State School, and of Sing Sing Correctional Facility. The artist, who frequently befriended his subjects, offers compassionate views of the isolation of lives lived on the margins of society. Cober received many awards in his lifetime and was recently inducted into the Society of Illustrators’ Hall of Fame. This edition features an insightful introduction by his daughter, Leslie Cober-Gentry, who notes, “Cober’s art was about communication. The world was his audience.”

Leslie Cober

An award-winning artist known for her uplifting, elegant art and design, Leslie Cober’s endeavors include accomplished artist, illustrator, designer, curator, and educator. Senior Faculty Professor at The Fashion Institute of Technology NYC and professor and thesis advisor to Graduate MFA Illustration students at Western Connecticut State University. Curator and Chair of The Member’s Exhibit at The Museum of American Illustration Society of Illustrators NYC annually for 9 consecutive years, guest speaking to art and design students at various universities throughout the country, serving as a member of the NYC Landmark50 Alliance and appointed to The Sanford B Low Illustration Collection Committee at the New Britain Museum of American Art, where Leslie’s cover art for Strathmore paper is included in The New Britain Museum’s permanent collection. Leslie’s lifetime of expertise in all areas of the industry are visible as she maintains her own active professional practice. Leslie serves on the Executive Board of the Society of Illustrators NYC and the Executive Board at FTC The Warehouse/Stage One Music Venue, clearly displays Leslie’s devotion to the art community. An artist who loves merging her art with her own lifestyle, love of fashion, design, and music, Leslie’s methodology reflects her personality. Illustrating assignments for the most respected publications in the world, to painting large public murals, to creating paintings that hang in private home collections, to drawing and conceptualizing as in a new children’s book that is currently work in progress on her table, Leslie’s projects are enthusiastically ambitious. 

Leslie’s most current project is curator of the NYC Parks “Art Culture Fun” project under the NYC Mayor’s office. A series of 50+ art and cultural workshops curated in the 5 boroughs of NYC, connecting diverse artists with communities throughout the city of New York.

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Rita Sabler

Sketch Tour Portugal | Following the Light


Drawing allows me to find answers, but more importantly, it forces me to ask questions. I let the light lead me to meet people to hear their stories. The information that I absorb is not just visual. It is also a collection of sounds, of bits of conversations, of ambient sounds, smells and impressions. 

From New York Reawakens, 2021

Drawing allows me to tune all of my senses in a perfect moment of stillness and calm, even as the world around me could be busy or even turbulent. I often think of holding a sketchbook and a pen in the midst of activity as standing in the eye of a hurricane. I am calm and untouchable as long as I am drawing. 

Detroit, Oregon from the project: “On the Path of Fire” about Climate Change  fueled Wild Fires

Drawing is also a process of making connections and learning about the place and its character through people that I meet, hearing their stories, and discovering their personalities. 

100 days of Protests for Social Justice in Portland, OR

For a long time, I wanted to be unnoticed, a fly on the wall when I draw, undiscovered and undisturbed…. But eventually I realized that it is hard to discover a place when you are observing from a distance. As awkward and uncomfortable it could be at first you need to stop hiding and talk to people.

Housing for Leprosy Patients in Kalaupapa from the project “Prison in Paradise”

How do you draw a place? What makes a place what it is from an artist’s perspective? Is it its shapes and colors and how the light interacts with them? Is it the natural setting? Is it the people that inhabit it? Is it the stories that you hear and conversations that you overhear? 

Live music on Willamette river during the pandemic from the project “Life Inside Out”

This video is a poetic summary of an even more poetic project of documenting the North of Portugal in drawing and storytelling with a team of two artists, a writer, and a film maker.

Bibliography:

“Meanwhile in San Francisco. The city in its own words” by Wendy MacNaughton

“Other Russias” by Victoria Lomasko

“Telling True Stories. A nonfiction writers’ guide” edited by Mark Kramer and Wendy Call

Rita Sabler is a visual journalist, artist, and educator based in Portland, Oregon, USA. She has taught Drawing, Urban Sketching and Visual Journalism courses for Parsons School of Design, Pacific Northwest College of Art, and Portland State University. She also works on a variety of freelance illustration and visual reportage projects. Rita Sabler serves as the Education Director on the board of the global Urban Sketchers organization. 

Rita has presented numerous lectures and workshops around the world inspiring diverse audiences to cultivate a lifelong passion for urban sketching and reportage illustration. Her work has been featured in solo and group local and international shows. 

Rita holds a B.A. degree in Psychology and Art, an M.A. in Linguistics, and a Masters in Interface Design from The Elisava School of Design in Barcelona. She is currently working on an advanced degree in Journalism.

Rita Sabler’s reportage on the Kalaupapa settlement has won Doctors without Borders Coup De Coeur and International Sketchbook Prize at the 2019 Rendez-Vous Du Carnet De Voyage in Clermont-Ferrand.  

Rita’s main areas of interest are Reportage Illustration, Travel Sketching, and Visual Storytelling, but she is often seen on street corners capturing busy markets, festivals, protestors, musicians, and regular citizens living their life in both ordinary and extraordinary ways. When not drawing or teaching she is a busy parent and a tango pianist. 

Broached themes: Travel reportage | Living on the Border | New York Reawakens | Climate Change | Social Unrest

Website: www.ritasabler.com

Instagram: @ritasabler

Book: “With a Sketchbook Around the World” (October, 2019, self-published)

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2022

Janeiro 2022 Today´s classical drawing

Daniel Gamelas :: Atelier de Arte de Realista do Porto

Nelson Ferreira :: A palavra é de prata o silêncio é de ouro

Xavier Denia :: O ensino artístico na Academia de Arte de Barcelona

Ramon Hurtado :: Desenho de modelo no século XIX

Silvia Marieta :: Desenho : Alicerce da pintura

Fevereiro 2022 Sketchbooks

Rita Sabler :: Sketch Tour Portugal | Following the Light

Alan E. Cober :: Alan E. Cober Sketchbooks

Michele del Campo :: Pandemic portraits

Tiago Cruz :: O diário gráfico e o caderno público

Mário e Ketta Linhares :: Diário de Viagem | Costa do Marfim

Março 2022 Desenho Et Al

Kiah Kiean :: Ink-Between

Behzad Bagheri :: From simplicity to complexity

Bogdan Pavlovic :: Atlas Series

Joan Linder :: Sketchbooks

Mário R. Linhares :: Ontem – Histórias contadas

Abril 2022 Desenho Et Al

Gabriela Albergaria :: SEQUENCE

Marco António Costa :: Sketchbook therapy

Victor Gonçalves :: Desenho: percurso, sintaxe e inutilidade

Susana Chasse :: Desenho como Meditação. Pensamento abstracto.

Martina Brusius :: Fragmentos de desenhos e pensamentos

Maio 2022 Gravura

Sofia Morais :: O medo do desenho

Paulo Lourenço :: Impressões dissimuladas

Joanna Latka:: Gravura – Obra – Processo

Alexandra Centmayer  & Rolf Behringer :: Sun by Sun

Beatriz Mestre :: Perfeita Imperfeição

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Janeiro 2022

Daniel Gamelas :: Atelier de Arte de Realista do Porto

Nelson Ferreira :: A palavra é de prata o silêncio é de ouro

Xavier Denia :: O ensino artístico na Academia de Arte de Barcelona

Ramon Hurtado :: Desenho de modelo no século XIX

Silvia Marieta :: Desenho : Alicerce da pintura

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Silvia Marieta

Desenho : Alicerce da pintura

Meu foco é a representação da figura humana, tendo como técnica de eleição, a pintura a óleo sobre tela. Rostos, mãos, corpos, são-me imensamente sedutores, dedico horas na “construção” de uma imagem que envolva a figura humana. Tecnicamente o resultado pretendido consiste na sobreposição de inúmeras camadas de tinta, que vão criar determinado efeito visual. 

Mas pretendo representar mais do que uma imagem externa, tento estabelecer uma relação entre o exterior e o interior; por interior, entenda-se o mundo psíquico, o mundo do pensamento, emoções, e até a alma.  Por vezes utilizo a representação da matéria visceral para aludir à sua relação com estes aspetos da dimensão humana.

Pretendo também cristalizar um momento específico,  de grande intensidade, carga emocional. Sirvo-me da minhas próprias experiências de vida, como material narrativo.

Através de certos efeitos técnicos, composição, repetição ou eliminação de elementos, torno quase “palpável” algo que não é imediatamente visível…

Mas o processo não se limita a uma série de aspetos técnicos, há todo um preparo do ambiente, estado mental, que também serve como propulsor. É também um processo solitário, pois só assim a criatividade pode vir à tona. O fascínio por outras imagens, sejam elas pintadas ou não, servem de inspiração, combustível, e combinadas com estímulos auditivos (música) têm a capacidade de acionar a mente visual. 

Retrato, surrealismo, realismo, hiper-realismo, académico, naturalismo, expressionismo e mais recentemente alguma abstração, foram várias as fontes de inspiração ao longo dos anos, partindo de outros artistas e movimentos artísticos, que venho “absorvendo” e transmitindo nas minhas criações, em maior ou menor dose, na tentativa de alcançar em uma imagem algo intenso e hipnotizante …

Sílvia Marieta nasceu em Lisboa, em 1982. O desenho e pintura estão presentes na sua vida desde tenra idade. Iniciou na pintura a óleo como autodidata, na adolescência (1998) e posteriormente formou-se em Pintura, na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (2006); foi também neste ano que começou a expor, e desde então tem estado presente em diversas mostras de arte, coletivas e individuais, a nível nacional e internacional. Tem realizado inúmeros retratos e pinturas originais, presentes em diversas coleções particulares, em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Canadá, etc.; e tem colaborado com ateliers, boletins informativos, e edições de poesia, como ilustradora. Tem bastante obra representada online, e desde 2016, está presente em catálogos de arte figurativa internacionais (realista, hiper-realista, académica…) como o “Guia Leonardo” e o “Anuario Arte y Libertad” publicados pela Galeria Artelibre. E tem sido também presença constante na revista/plataforma de arte “The Guide Artists” desde 2018. Sempre com o intuito de melhorar e adquirir mais conhecimentos, apostou em formações de pintura e desenho académicos,de figura humana, no Atelier de Arte Realista do Porto, Barcelona Art Academy e Galeria Roja, em Espanha, e no The Florence Studio, em Itália (2017-2019). Reside no centro de Portugal, nos arredores de Tomar, onde busca um ambiente que proporcione a inspiração…divide-se entre a maternidade e a criação artística.

https://www.instagram.com/silviamarietapintora

http://marieta-arte.blogspot.com/

https://pt-pt.facebook.com/silvia.marieta

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Ramon Hurtado

Desenho de modelo no século XIX

Although it’s often dismissed as a purely “technical” concern, representation has been one of the most enduring fascinations of my life. The idea that you can take charcoal, pigments and oil and arrange them in such a way that they can almost become water, flesh, gold or satin, is invested with a power and mystery that is hard to put into words.

Seen in this way, drawing and painting become more than just vehicles for self-expression, they can serve as a way of interfacing with the world- a way of asking questions from life, a way of slowing down and learning to actively appreciate the miracle of existence, a way of generating stillness in the midst of chaos. 

The result is a kind of artwork that is effectively a love letter to a person, to a tree, to life itself. Work that stems from our desire to hold onto things and, in a small way, to safeguard what we love against the creeping impermanence of our lives. This impulse, common to all of us, flourished in the 19th century, and it’s the source of the tremendous kinship I feel with this period. 

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Xavier Denia

O ensino artístico na Academia de Arte de Barcelona

Entrevista:

Professor na Academia de Arte de Barcelona, Xavier Denia é um artista com profundo interesse pelo desenho, escultura e pintura. É licenciado em Belas-Artes (Barcelona) e estudou arte realista em Itália em diversas escolas. Tem muita experiência como professor de desenho tradicional, pintura e escultura. Ensina estudantes de todos os níveis os princípios básicos e avançados necessários para aprender a observar e ser capaz de traduzir essa informação de diferentes maneiras. O retrato e a figura humana são os seus temas de eleição e os que mais estudou, esperando poder partilhar tudo o que aprendeu com quem tiver interesse em aprender.

Teacher at the Barcelona Academy of Art, Xavier Denia is an artist with a deep interest in drawing, sculpture and painting. He has a degree in Fine Arts (Barcelona) and has studied realist art in Italy in several schools. He has much experience as a teacher of traditional drawing, painting and sculpture. He teaches students of all levels the basic and advanced principles necessary to learn to observe and be able to translate that information in different ways. Portraiture and the human figure are his subjects of choice and the ones he has studied the most, and he hopes to share all he has learned with anyone interested.

Link:

https://www.instagram.com/xavi_denia/     

@xavi_denia

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Nelson Ferreira

A palavra é de prata, o silêncio é de ouro

Neste vídeo tenciono falar sobre o ressurgimento da técnica clássica no ensino das artes visuais, tanto no ocidente como no oriente – e como há novamente uma onda crescente de artistas jovens que querem retomar tipos de conhecimento que quase se perderam. O desenho será aqui entendido como a arte de compreender e estruturar a forma, podendo ser feito com qualquer técnica – inclusivé de pintura (ex: podemos desenhar as formas com o pincel).

Nelson Ferreira especializou-se em técnicas de antigos mestres europeus (pintura flamenga a óleo, técnicas barrocas a óleo, assim como desenho e pintura académica do século XIX). Estudou Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e continuou estudos na Universidade Prince’s Foundation. Foi por duas vezes o artista convidado pela National Portrait Gallery, nomeadamente para ensinar técnicas de desenho do Renascimento, durante a exposição de desenhos de Holbein e Leonardo. Convidado pela Saatchi Gallery para criar aulas de arte, assim como pelo Banco da América, além dos Gabinetes de Arquitectura KPF e Farrell’s, do Discovery Channel, do Grupo Grosvenor, etc. Em Portugal, deu cursos de técnica de pintura flamenga primitiva no Museu Nacional de Arte Antiga, na Universidade Autónoma de Lisboa e desenho académico na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, entre outras instituições. É formador de artistas da Walt Disney, ensinando desenho e pintura às equipas da América do Norte e Reino Unido. Foi convidado em 2021 a ser artista residente no MNAC Museu Nacional de Arte Contemporânea, onde se encontra a criar obras inspiradas na colecção do Jardim das Esculturas. 

Links
www.nelson-ferreira.com

pt.bargue.org

@nelson.ferreira.visual.artist 

https://uk.linkedin.com/in/nelson-ferreira-visual-artist