A coleção de Desenho – Museu da Banda Desenhada
O Museu da Banda Desenhada de Beja é um museu municipal dedicado à conservação, estudo e divulgação da banda desenhada portuguesa e integra a Divisão de Turismo e Património da Câmara Municipal de Beja, tendo autonomia estatutária, técnica e administrativa dentro do quadro estabelecido pelo município.
É o primeiro museu do país dedicado a esta temática, encontrando-se neste momento em fase de instalação na Rua das Lojas, em pleno centro histórico da cidade.
Neste momento o Museu possui cerca de 1.000 pranchas de banda desenhada de autores tão significativos como Carlos Botelho, Eduardo Teixeira Coelho, José Ruy, Fernando Bento, Vítor Péon ou Fernando Relvas. Possui também um acervo bibliográfico considerável, que percorre boa parte do século XIX e todo o século XX.
Pretende mostrar o percurso da banda desenhada no nosso país a partir da primeira manifestação comummente aceite como tal: a publicação da história “Aventuras Sentimentaes e Dramaticas do Senhor Simplicio Baptista”, atribuída a António Nogueira da Silva e publicada no número 18 da Revista Popular, a 3 de agosto de 1850.
Tendo como ponto de partida essa data específica, o Museu desmultiplica-se depois em vários espaços que correspondem a tempos precisos:
Os Primeiros Passos (1850-1910)
Da República à II Guerra Mundial (1910-1945)
A Segunda Metade do Século XX (De 1945 ao final dos anos 70)
A Nova banda Desenhada (Anos 80 e 90)
A Banda Desenhada a refletir sobre o Mundo
Paulo Monteiro nasceu em Vila Nova de Gaia em 1967. A partir dos 13 anos começou a ilustrar fanzines de poesia, cartazes e murais. Em 1987 matriculou-se em Letras, na Universidade de Lisboa. Durante esse período estudou Pintura e Cenografia para Teatro. Quando se licenciou, em 1991, foi viver para Beja, a sua cidade adotiva.
Teve (e tem) interesses e atividades muito diferentes: trabalhou nas vindimas, passou filmes de Buster Keaton e Charlot de terra em terra, escreveu para a rádio e para os jornais como jovem jornalista, trabalhou no Cais Marítimo de Alcântara, compôs músicas, tocou guitarra em lares, foi professor de Geografia e Ciências da Natureza, fez cenários e figurinos para teatro, fez teatro de sombras chinesas e teatro de fantoches, participou em escavações arqueológicas, realizou uma curta-metragem, etc., etc. Também fez a curadoria de dezenas de exposições de azulejaria, banda desenhada, escultura, ilustração, pintura antiga, etc.
Escreveu e editou 4 livros de poesia: Poemas (1988); Poemas a andar de carro (2003); Poemas Japoneses (2005); e 25 voltas ao Equador para te encontrar (2014).
Também publicou 3 livros de banda desenhada: O Amor Infinito que te tenho (Polvo, 2010); Mariana (Panóplia d’encantos, 2019); e Um Homem Sem Medo (Associação Cultural Fialho de Almeida, 2021).
O Amor Infinito que te tenho teve uma grande repercussão em Portugal e no estrangeiro e ganhou vários prémios em Portugal, Espanha e França. O livro foi publicado em Portugal (Polvo), Brasil (Balão Editorial), Espanha (Editions de Ponent), França (6 Pieds Sous Terre), Polónia (Timof Comics), Roménia (Romanian Comics Association), Sérvia (Komiko) e Turquia (Flaneur Kitap Yayıncılık), e distribuído em 17 países. Algumas das histórias do livro foram também publicadas em alemão, checo, galego e inglês.
Desde 2005 que faz a direção da Bedeteca de Beja e do Festival Internacional de Banda
Desenhada de Beja, por onde passaram alguns dos mais excitantes autores de banda desenhada da atualidade, como Craig Thompson, David B., Hermann, Jean-Claude Mézières ou Mattotti.
Tem realizado várias exposições com o seu trabalho e várias conferências acerca da História da banda desenhada portuguesa e dos seus autores. Em Angola, no Brasil e um pouco por toda a Europa. Também viaja regularmente pelo Sul de Portugal visitando escolas em pequenas vilas e cidades para falar de banda desenhada ou do seu trabalho como autor.
Em 2019 ganhou uma Bolsa de criação literária do Ministério da Cultura na área da banda desenhada com o projeto do livro “Estrela”, que se encontra atualmente a realizar.
É também o responsável pelo projeto de instalação do futuro Museu da Banda Desenhada, em Beja.