Desenho Etnográfico
O desenho ao serviço da ciência tem em Portugal um caso notável e eventualmente sem paralelo. Relembramos o artista Fernando Galhano que se tornou um desenhador etnográfico e simultaneamente investigador e etnólogo. Durante a sua vida profissional, ao serviço da Etnologia, Fernando Galhano desenhou milhares de objetos, edifícios e paisagens por todo Portugal com um rigor analítico pleno de informação. Graças à qualidade desses desenhos existe um testemunho objetivo de um património de um Portugal que desapareceu.
Biografia
Fernando Galhano nasceu no Porto em 1904 e faleceu em 1995. Teve aulas de pintura no atelier escola do Palácio de Cristal com o Mestre Artur Loureiro (1853-1932). Expôs individualmente no Salão Silva Porto entre 1934 e 1954. Conviveu com diversos artistas e poetas como por exemplo Aurélia de Sousa, Américo Gomes, Miguel Torga e Eugénio de Andrade. Mas foi como desenhador e investigador-etnógrafo que a sua atividade artística se manifestou exemplarmente. Autor de milhares de desenhos publicados em numerosos livros tornou-se uma referência sem paralelo na estreita relação entre o desenho e a ciência. Em seguimento desse trabalho viria a tornar-se um dos fundadores do Museu de Etnologia de Lisboa em 1963.