Categorias
Sem categoria

Daniel Gamelas

Atelier de Arte Realista do Porto

Entrevista:

Daniel Gamelas is a sculptor and drawing teacher that Works in Porto, Portugal.

He graduated in Sculpture at the Faculty of Fine Arts of Porto and is holder of an MFA at the New York Academy of Art, where he saw his work being distinguished by “The Complete Sculptor Award” for Excellence in Sculpture.

His Sculptures explore the relationships between the body, origins and mythology. He has integrated several individual and group shows, in Portugal, Spain and New York, from where its possible to give emphasis to the Works “Origins”, “Domains”, and “Matriarchal Ceremonies for the worship of the most ancient deities of “Cabeço das Fráguas”: Trebopala, Laebo, Trebaruna”.

He is a founding member of AARP (Oporto Atelier of Realist Art, being responsible for the drawing program. His courses are based on the academic tradition of figurative representation.

Links:

https://www.instagram.com/danielgamelas

https://www.instagram.com/portoatelier

Categorias
Sem categoria

December 2021

Ethnography

Grupo do Risco :: Grupo do Risco

Fernando Galhano :: Desenho Etnográfico

Filipa Pontes :: Arritmia17

Roque Gameiro :: Roque Gameiro

Guida Casella :: Ilustração Arqueológica

Categorias
Sem categoria

Guida Casella

Ilustração Arqueológica


“Pense bem, o que o fez ter interesse pela Arqueologia e o passado profundo? Provavelmente foram Desenhos”

Resumo: 

O Desenho Arqueológico é uma vertente de Ilustração Científica, uma prática com 500 anos de uso de imagens ao serviço da ciência. 

A colaboração entre artistas e cientistas resulta na criação de desenhos para comunicar a vários níveis:  primeiro,  ajudam o cientista a estudar o seu referente (no caso da Arqueologia, através de plantas da escavação e desenho de artefactos para classificação), segundo, ilustram as comunicações científicas entre os especialistas (usando convenções específicas de cada comunidade de prática), e terceiro (em arqueologia são desenhos de época à maneira de ´pintura de história’) destinados à comunicação com o público em geral por via da museografia e interpretação de património.

Neste vídeo optei por mostrar a execução de um desenho arqueológico de um ídolo de calcário focando nos gestos necessários ao traçado, como se fosse apenas um bailado das mãos.

Na conversa / entrevista exploraremos a minha formação do desenho artístico ao desenho científico e abordaremos o workflow profissional nesta área (casos estudo, clientes, aplicações diversas do desenho).

Bibliografia:

Adkins, L., e R. Adkins. (1987)  Archaeological Illustration. Cambridge. Cambridge: Cambridge University Press.

Casella, Guida. (2005) “The Picturesque in Portuguese Archaeological / Historical Landscape Illustrations”, Tese de Mestrado , Swindon College, University of Bath, UK. Disponível online em: 

https://www.academia.edu/36153080/The_Picturesque_In_Portuguese_Archaeological_Historical_Landscape_Illustrations

Casella, Guida. (2010) “A criação de Imagem na Arqueologia” (“The Creation of Image in Archaeology”), in “As imagens com que a ciência se faz” (“The Images with Which Science is Made”), Org. POMBO, Olga and di MARCO, Sílvia, Fim de Século-Edições, Lisbon, ISBN 978-972-754-279-6, pp45-56.

Casella, Guida. (2019) «Digital Storytelling for Archaeology: Unveiling the Story of Zambujal in 20th and 21st century Visual Media Formats.» Tese de Doutoramento, Lisboa: FCSH – Universidade Nova de Lisboa. https://run.unl.pt/browse?type=author&value=CASELLA%2C+GUIDA+PAOLA+SILVEIRA.

Davinson, Brian. (1997) Picturing the Past through the Eyes of Reconstruction Artists

London: Gatekeeper Series from English Heritage

Dobie, Judith, e Chris Evans. (2010) Archaeological Illustratoris: A History of the Ancient Monuments Drawing Office. Research Department Remport Series 33. Portsmouth: English Heritage. https://issuu.com/akis4/docs/archaeology-and-illustrations.

Dobie, Judith. (2019)  Illustrating the Past: Artists’ interpretations of ancient places. London: Historic England.

Galhano, Fernando (1947). Desenho Etnográfico de Fernando Galhano I – Portugal. Centro de Estudos de Etnologia. Lisboa: Museu Nacional de Etnologia, 1985. 

Lemos, Manuel. (2001). Historiografia do Desenho Arqueológico. Disponivel online em: https://silo.tips/download/historiografia-do-desenho-arqueologico

Hodgson, John. (2001) Archaeological reconstruction: illustrating the past. IFA PApers nr 5. Reading UK: University of Reading.

Opgenhaffen, Loes (2021) «Visualizing Archaeologists: A Reflexive History of Visualization Practice in Archaeology». Open Archaeology 7 (1): 353–77. https://doi.org/10.1515/opar-2020-0138.

Raposo, Luis. (2019) «A ultima desenhadora do MNA». O PÚBLICO, 16 de Julho de 2019. https://www.publico.pt/2019/07/16/culturaipsilon/opiniao/ultima-desenhadora-museu-nacional-arqueologia-1879843.

Sousa, Fernanda (1999). Introdução ao Desenho Arqueológico, Câmara Municipal de Almada, Museu Municipal, Núcleo de Arqueologia e História. 

Biografia

Guida Casella, n.1974, Lisboa é Licenciada em Pintura pela FBAUL (2001) tem um Mestrado em Ilustração Arqueológica pela Univ. Bath, UK (2005) e um Doutoramento em Media Digitais pela FCSH-UNL Programa UT Austin -Portugal (2019). Foi bolseira da FCT (2011-15). É criadora de conteúdos digitais interativos na área do Património tendo desenvolvido a museografia digital do Castro do Zambujal (audioguia e aplicação móvel) em 2018. É professora de Desenho Arqueológico na Faculdade de Belas Artes de Lisboa desde 2019. É ilustradora científica desde 1998  desenhando o Menino do Lapedo e colabora desde então com diferentes entidades na área do património arqueológico e museografia (Instituto Arqueológico Alemão, IGESPAR, UNIARQ, Museu Nacional de Arqueologia, entre outros). Reside e tem atelier no Montijo onde realiza atividades culturais desde 2009. Teve uma exposição individual na Galeria Municipal do Montijo (‘Arqueologia: Desenho Científico e Outras Histórias’, Ago2018), desenvolve com a Galeria Municipal atividades de desenho com a comunidade (Ilustrar Montijo com Guida Casella). Criou e dinamizou a feira de edição independente Dona Edite (2015-17). Leccionou Pintura na Universidade Sénior do Montijo e dá aulas particulares a crianças e adultos na Sociedade Filarmónica 1º de Dezembro desde 2010.

Categorias
Sem categoria

Roque Gameiro

Entrámos no Atelier de Roque Gameiro; sentado em frente do seu estirador aí está o nosso homem: paleta na mão esquerda, pincel de fraco calibre (de pêlo de marta), na mão direita. É este um dos seus ambientes de trabalho – a sua casa. Chamou-nos a atenção a quase inexistência de pincéis de grande calibre, como se lhe bastassem para tudo os pequenos pincéis de retocador- cromista. Prefere as tintas em bisnaga às de pastilha (pelo menos nos trabalhos em atelier), maioritariamente de origem inglesa (Winsor & Newton) assim como os papéis (Whatman) em relação às francesas (Lefranc) e aos papéis franceses (Canson). Reparámos que o seu atelier está cheio do que hoje se chamariam “gadgets”, destinados a facilitar o trabalho. Vimos uma caixa para pintar no exterior, feita por ele, comportando paleta, pincéis, tintas, bloco de papel, trapos, cantil e vasilha para a água, perfeitamente arrumados.

Nasceu em Minde, em 1864, onde iniciou os primeiros estudos; era um miúdo que só queria fazer bonecos. Com 10 anos foi enviado pelos seus pais para Lisboa, a fim de “estudar e, ao mesmo tempo, trabalhar nas oficinas gráficas e editorial do seu irmão Justino. A sua habilidade e hábitos de trabalho permitiram-lhe ganhar experiências e conhecimentos na arte de ilustrar e, aos poucos, foi avançando nessa via, primeiro em trabalhos secundários e depois, autorizado e encorajado para executar ilustrações como autor. A proximidade das técnicas da impressão “cromista” manual, litográfica, com a aguarela, conduziu-o naturalmente a enveredar por esta. Em 1884, foi para Leipzig, estadia com consequências importantes na sua formação. O ambiente do Romantismo tardio alemão despertou-o para uma valorização das culturas tradicionais, por oposição ao cosmopolitismo de influência francesa que dominava o meio artístico em Portugal. A busca de uma autenticidade nacional, e a procura de uma compreensão meditativa da Natureza, perante a qual se colocava numa posição de humildade e de busca de identificação levaram-no a fugir da produção artística da “moda”.

Os temas populares / etnográficos são parte significativa do legado do artista. Esta realidade reflecte o gosto de uma época, marcada por um processo de “construção da nação” que, não tendo começado nesta fase, assume neste período grande fulgor como a produção e divulgação intensa de imagens, narrativas e referências que definiram o que foi ser Português no século XX, comprovam. Se a execução recorrente desta tipologia de trabalhos, a maioria deles por encomenda, reflete uma época, traduz, ao mesmo tempo, o gosto do artista pela ilustração.

Numa carta que escreveu ao irmão Justino, diz-lhe que o desenho é a base de qualquer processo de ilustração. Vimos no seu atelier desenhos esquemáticos e de detalhe, vimos o desenho como ferramenta de estudo dos elementos da composição (estudos de: fardas, embarcações, e da cenografia de “As pupilas do senhor Reitor”) e da cor. Em muitas aguarelas acabadas estas desenvolvem-se sobre o desenho, mas também vimos desenhos que são estudos prévios às aguarelas.

Ilustrar exigiu também, da parte do pintor, a eleição de um método de trabalho muito rigoroso: do desenho à vista, dos esboços em atelier, passando por ajustes de último instante, RG submete cada desenho ao crivo rigoroso de um caminho feito de etapas, até à ilustração final.  O artista recolhe informações no terreno, tanto ao nível do enredo como da composição das paisagens. No atelier, estrutura a cena, define cores, legenda no próprio desenho detalhes relativos a cenários, objectos, bem como uma pré-seleção de cores a utilizar. Todo este processo plasma de uma forma concreta a herança milimétrica do desenhador litógrafo que RG também é. A formação superior recebida em termos académicos permitiu-lhe dominar as noções de perspectiva, proporcionalidade, definir pontos de fuga, linhas de força, escolher enquadramentos e, acima de tudo, gerir a economia de cada trabalho, não deixando “espaços por preencher”, equilibrando a dinâmica de cada cena apresentada.

Depois desta visita que foi um recuo no tempo, percebemos melhor, hoje, em 2021 o Homem e o aguarelista. 

Quando analisamos a obra de Roque Gameiro, a sua produção de teor histórico, os seus trabalhos de índole republicana onde o herói povo se manifesta, quando verificamos que a sua arte não se filia em nenhuma escola, moda ou estética impostas, sendo o resultado genuíno de alguém que definiu com clareza e autonomia o seu caminho, quando descobrimos que Roque Gameiro pai de família, artista e cidadão educou os filhos para a liberdade numa época onde tal realidade era tão rara, poderemos afirmar, quiçá,  que a independência foi um valor de actuação transversal na vida do artista. Esta perspectiva ajuda-nos a compreender o trajecto singular da vida e obra do artista de referência na aguarela em Portugal.

Morreu em Lisboa, em 1935. A sua figura ficou muito marcada pelas suas origens, formação e convicções. O fundo tradicionalista das suas convicções mostra-se nos “mottos” “Honra teus Avós” e “Pátria, Família, Arte”

O Centro de Artes e Ofícios Roque Gameiro (CAORG) é uma instituição sem fins lucrativos que tutela o Museu de Aguarela Roque Gameiro (MARG), situado em Minde, que se assume-se como museu temático dedicado à divulgação da técnica da aguarela e da obra de Roque Gameiro. Inaugurado em 2009, é o único museu do país cujo espólio é constituído unicamente por desenhos, aguarelas e um fundo arquivístico pessoal de Alfredo Roque Gameiro. A casa que lhe é dedicada integra ainda espaços técnicos e expositivos dedicados às diversas práticas artísticas (desenho, aguarela, outras). 

O MARG é tutelado e dirigido pelo CAORG- O Museu afirma-se como paradigma de transformação social fundamentada no reforço local das identidades e cultura e distingue-se, sobretudo pela acção de mediação comunitária reflectida numa programação diversificada que traduz o conhecimento da comunidade a que se dirige e nas inúmeras parcerias desenvolvidas a nível local.

Biografia

Alfredo Roque Gameiro nasceu em Minde, em 1864 e morreu em Lisboa, em 1935. Nasceu num meio humilde, provinciano mas honrado e cedo mostrou a vontade e a capacidade de procurar outros horizontes para a sua vida. Essas qualidades levaram-no a procurar uma vida ligada ao desenho e às artes gráficas, beneficiando de algum apoio familiar e tornando-se praticante do ofício de desenhador litógrafo.

Aí, porém, revelou capacidades e interesses para “além” do simples ofício gráfico e atraiu as atenções do meio artístico desse tempo de modo a merecer receber uma bolsa de estudo, para actualizar e ensinar a técnica da Litografia, então ainda recente em Portugal.

O seu contacto com ilustradores e desenhadores que confiaram a Roque Gameiro os originais a editar ou publicar para, como desenhador litógrafo os passar à pedra litográfica, levou-o a pertencer ao núcleo de amadores que se reunia na Sociedade Nacional de Belas Artes e, aí terá tido ocasião de conhecer Rafael Bordalo Pinheiro e outros ilustradores e pintores das várias tendências e formações, que por lá se encontravam, além de escritores, poetas e outras figuras da cultura.

A técnica do “colorista litógrafo” está bem longe da dominante pintura “a óleo” e Roque Gameiro, naturalmente, interessou-se pela então pouco apreciada e pouco desenvolvida “aguarela” cuja prática em Portugal não ia muito mais longe do que as lições do espanhol Casanova, à Rainha e a outras senhoras amadoras.

Roque Gameiro, no entanto, percebeu o valor da aguarela como veículo de expressão artística, quer no domínio da paisagem, como Russel Flint, que no domínio da ilustração como por exemplo com Arthur Rackham que, entre outros, o influenciaram. A paisagem, o estudo das figuras populares e a ilustração de temas históricos tornaram-se, assim, os seus domínios naturais de trabalho. Uma certa reputação que já ia adquirindo, permitiu-lhe ganhar conhecimentos sobre as formas que então tomava a técnica da Litografia.

Na Alemanha (de que RG não gostou …) adquiriu e reforçou hábitos de disciplina, de seriedade, de gosto pelas actividades de exterior e de observação da Natureza, que o acompanharam toda a vida.

Na obra de Roque Gameiro reside uma atitude de humildade e de veneração perante a Criação, que transparece nos mais pequenos pormenores, na ternura com que qualquer pedra, qualquer árvore, qualquer reflexo na água é tratado, como que identificando-se com ele. É essa força que nasce da humildade e do respeito pelo objecto, e maximamente quando o objecto de contemplação é uma pessoa, que faz com que nos seus retratos se atinjam alguns dos momentos mais altos da pintura portuguesa. Origens, formação e convicções reflectiram-se numa carreira nacional e internacional, largamente premiada.

Categorias
Sem categoria

Filipa Pontes

Arritmia17

Arritmia17 é uma obra realizada entre 2017 e 2019.
É um trabalho autobiográfico que consiste num processo artístico que envolve um livro de artista e um vídeo. Traduz o exercício diário de mapeamento das minhas emoções através do desenho.

Tal como um ritual, convoca crenças e necessidades pessoais num processo contínuo de repetição. O livro de artista foi produzido em Portugal durante o ano de 2017, desde o dia 1 de janeiro até ao dia 31 de dezembro, coincidindo com o momento em que comecei a escrever a minha tese de doutoramento.

Posteriormente, em 2019, o livro foi transformado numa animação. O vídeo foi criado no contexto de residência artística realizada na KHMessen na Noruega. O artista e poeta australiano Kit Kelen, também em residência na KHMessen, escreveu um poema para Arritmia17, o qual é agora integrado no vídeo que apresento.

Filipa Pontes

Afiliação: Universidade de Lisboa, Faculdade de Belas-Artes, Centro de Investigação e de Estudos em Belas-Artes (CIEBA), Largo da Academia Nacional de Belas-Artes, 1249-058 Lisboa, Portugal

Filipa Pontes é artista visual portuguesa. Investiga na área do desenho para criar performances, instalações e livros de artista. Filipa atua também como curadora independente e professora. Nos últimos dez anos, tem trabalhado internacionalmente em países como Espanha, Moçambique, Brasil, China, Noruega e Alemanha. É doutorada em Belas Artes na especialidade de desenho (FBAUL, Portugal), graduada em Design Gráfico (ESAD.CR, Portugal) e pós-graduada em Ilustração Criativa (EINA, Espanha). Atualmente vive entre Berlim e Lisboa. No site www.filipapontes.com encontra mais detalhes sobre seu trabalho artístico.

Categorias
Sem categoria

Fernando Galhano

Desenho Etnográfico


O desenho ao serviço da ciência tem em Portugal um caso notável e eventualmente sem paralelo. Relembramos o artista Fernando Galhano que se tornou um desenhador etnográfico e simultaneamente investigador e etnólogo. Durante a sua vida profissional, ao serviço da Etnologia, Fernando Galhano desenhou milhares de objetos, edifícios e paisagens por todo Portugal com um rigor analítico pleno de informação. Graças à qualidade desses desenhos existe um testemunho objetivo de um património de um Portugal que desapareceu.

Biografia
Fernando Galhano nasceu no Porto em 1904 e faleceu em 1995. Teve aulas de pintura no atelier escola do Palácio de Cristal com o Mestre Artur Loureiro (1853-1932). Expôs individualmente no Salão Silva Porto entre 1934 e 1954. Conviveu com diversos artistas e poetas como por exemplo Aurélia de Sousa, Américo Gomes, Miguel Torga e Eugénio de Andrade. Mas foi como desenhador e investigador-etnógrafo que a sua atividade artística se manifestou exemplarmente. Autor de milhares de desenhos publicados em numerosos livros tornou-se uma referência sem paralelo na estreita relação entre o desenho e a ciência. Em seguimento desse trabalho viria a tornar-se um dos fundadores do Museu de Etnologia de Lisboa em 1963.

Categorias
Sem categoria

Grupo do Risco

Grupo do Risco

O Grupo do Risco é uma associação sem fins lucrativos de artista profissionais e amadores (ilustradores, designers, escultores, fotógrafos) que visa promover e divulgar valores ambientais através da utilização de uma variedade de formas artísticas que incluem o desenho e a pintura, normalmente num diário gráfico, mas também fotografia e vídeo.
O Grupo do Risco organiza visitas a áreas protegidas e a outros ambientes com interesse conservacionista, normalmente apoiadas por autoridades locais e organizações culturais. Cada visita, de 1 a 2 semanas, decorre sob a forma de residência artística durante a qual os membros do grupo interpretam individualmente (e, por vezes, coletivamente) o ambiente natural e humano utilizando os seus meios artísticos específicos. Os resultados das residências são depois utilizados para criar exposições e publicar livros sobre estas áreas.
Todo o trabalho criativo dos membros do Grupo do Risco é pro bono ou voluntário.

A designação “Grupo do Risco” surge como homenagem à Casa do Risco do Real Museo e Jardim Botânico da Ajuda, primeiro estabelecimento português vocacionado para a prática do desenho de história natural, no qual se formaram os “riscadores” (desenhadores) das viagens philosophicas ultramarinas realizadas no último quartel do séc. XVIII. O desafio enfrentado por aqueles exploradores era a descoberta e o relato de um mundo natural totalmente novo para a sociedade europeia da época, utilizando como técnicas de registo o desenho e a cor. Actualmente, muitos dos mistérios do mundo natural estão já identificados, ainda que muitos não estejam totalmente compreendidos. No entanto, ironicamente, os ecossistemas inalterados e selvagens parecem por vezes tão remotos agora como no século XVIII, não porque estejam longe, mas porque estão cada vez mais reduzidos no seu âmbito geográfico pelo domínio humano dos ecossistemas da Terra.

O desafio que o Grupo do Risco assume não é o de relatar um mundo novo mas o de mostrar, utilizando técnicas actuais de registo e comunicação, uma realidade cada vez mais rara. O que esperamos é que o nosso trabalho contribua para o conhecimento e para a valorização destes mundos naturais, e que ajude a consolidar uma opinião pública favorável à sua preservação.

Grupo do Risco
The Grupo do Risco is a not-for-profit organization of professional and amateur artists (illustrators, designers, jewelers, sculpturers, photographers) that aims to promote public awareness of environmental values through the use of a variety of artistic forms that includes drawing and painting, usually on a sketch book, but also photography and video.
The Grupo do Risco organizes visits to protected areas and other environments with a conservation interest, often sponsored by local authorities and cultural organizations. Each visit, lasting for 1 to 2 weeks, takes the form of an artistic residency during which group members individually (and some times collectively) interpret the natural and human environment using their specific medium. The results of the residencies are then used to create exhibitions and publish books on those areas.
All the creative work of the Grupo do Risco members is either pro bono or volunteer.

The name “Grupo do Risco” is homage to the Casa do Risco do Real Museo e Jardim Botânico da Ajuda, the first Portuguese institution devoted to the artistic representation of the natural world and where the “riscadores” (draftsmen) of the Portuguese explorations to South America and Africa during the 18th century were trained. The challenges that those explorers faced were to discover and to report a natural world totally new for the European society of the time, using drawing and colour as registration techniques. Presently, most of these pristine and wild “new worlds” have been explored but, ironically, they seem some times as remote as in the 18th century, not because they are far away, but because their geographic range has shrank due to the human domination of Earth’s ecosystems.
The challenge that the Grupo do Risco takes is not one of reporting on a new world, but one of showing a reality rarer every day, using the modern techniques of registration and communication. We hope that our work may contribute to the knowledge and valuing of these natural worlds, and that it may help consolidate a public opinion favourable to their protection.

Referência/Reference:
https://www.grupodorisco.com/

Outras ligações/Other links:
https://www.museus.ulisboa.pt/pt-pt/grupo-do-risco
https://www.instagram.com/grupodorisco/
https://www.facebook.com/grupodorisco
https://twitter.com/grupodorisco

Categorias
Sem categoria

November 2021

Animation

Regina Pessoa :: Estrutura e arrasto

Igor Tsvetkov :: What´s the meaning of life?

Gaia Alari :: Pushing the boundaries of drawing in traditional animation – a dialogue with the aesthetic quality of different mediums to achieve diverse expressive results.

Yamamura Koji :: “Inner voice” into embody

Pritt Prän :: Vivaldi Summer

Categorias
Sem categoria

Regina Pessoa

Estrutura e arrasto

I’ve learned animation by doing it.

Drawing was what I wanted since I was little, something related to drawing, to one day do something in life that had to do with drawing.

Drawing is structure. I like to feel that structure, that there’s something solid underneath the forms. And drawing always interested me a lot. In animation, I started using engraving also by chance and it has to do with drawing.

In my first film, I started to make a storyboard. I happened to pick up a pencil that was handy which was burnt carmine pencil. A person doesn’t even notice. One starts developing things, then it starts developing an aesthetic, a graphic line and much of the texture, reminding the engravings of the animated films of Piotr Dumala. That’s why I’ve started using engraving and I liked it very much.

Coincidentally in the Fine Arts classes, I learned printmaking techniques. That’s where I developed the ‘Tragic story’, not with the intention of making a film. I was already making ‘The night’.

I finished making “The night”, and once again Abi [Feijó], my mentor, came and said “Regina, why don’t you take that story that you developed in school and turn it into a film?”

That’s when I started to adapt “Tragic story” with my things, dress it up in a fictional outfit, but with very personal contents.

Then the other films followed this line, because eventually it created my own way of being able to make films, to make stories.

My movies are melancholic and the traces are also related to that, by a gesture that leaves a mark behind.

I started to enjoy very much these traces and the feeling of being pulled and in “Kali” I tried to do that intentionally.

My earliest memories are from 4 years old. My vivid memories. And ‘Uncle Thomas’ was the bachelor uncle and in fact, he was sensitive, he welcomed his nephews/nieces that had more difficulties, me and my cousins, and tried to entertain us.

The drawings on the wall with charcoal were one of the ways that he entertained us.

There it is – the engraving became one of my main techniques. The engraving is very connected to drawing, the mark, the intent of the gesture.

It’s really about leaving a mark, isn’t it? To tear it.

When we make a drawing, there’s a gesture, a feeling of vigour. Perhaps my drawings have more to do with that. I need to feel a certain force.

I have difficulty detaching myself from each image. I think it has to do with our training in Fine Arts.

This balance, the trace, and also what I like, which is, when the image stops, I like that image, that composition, I like this balance.

Since then someone told me to pay attention to the proportions, but ‘Uncle Thomas’ showed me another way of drawing and other solutions when there seems to be no solution.

So that’s the effect of astonishment and surprise and joy of doing it, which was very good. We don’t have to confine ourselves to the classic surface of paper, to the sheet of paper, but for the drawing to come off the paper and to take on other dimensions.
And that was very important.

Regina Pessoa nasceu em Coimbra e licenciou-se em Pintura pela Faculdade de Belas Artes do Porto.
Em 1992 começou a trabalhar em animação como animadora nos filmes “Os Salteadores”, “Fado Lusitano” e “Clandestino” todos de Abi Feijó. Em 1996 começa a realizar os seus próprios filmes de animação: “A Noite” (1999), “História Trágica com Final Feliz” (2005), “Kali o Pequeno Vampiro” (2012) e “Tio Tomás a Contabilidade dos Dias” (2019), com os quais obtém um grande reconhecimento e ganha inúmeros prémios nos principais festivais e eventos mundiais (Annecy, Annie Awards, Hiroshima, … ), tornando-se uma referência incontornável da Animação Portuguesa e reconhecida recentemente no Top 3 dos melhores realizadores mundiais dos últimos 25 anos (Animac’2021).
Três dos seus filmes fazem parte da lista de filmes do Plano Nacional de Cinema, e são estudados por crianças e jovens das escolas Portuguesas.
Em 2016 torna-se “Senior Lecturer” na escola de Animação Alemã FILMAKADEMIE e em 2018 é convidada para ser membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.

Categorias
Sem categoria

Pritt Pärn

Vivaldi Summer

There is no one SUMMER for everybody. It depends what relation you have with summer, what point of view you have. We would say that summer is very eclectic. The same about our techniques. We used charcoal drawings and acrylic paintings on vertical surfaces. Result of drawing or painting was shot frame-by-frame. Some scenes have been made under the camera: graphite and charcoal animation on paper, white board markers on glass. In combination with drawing we also used some elements of cut outs. Some fragments of scenes have been made in TvPaint and composed in After Effect.

Priit Pärn, born 1946 in Tallinn, graduated from the Department of Biology of University of Tartu in 1970. 

He has been active as a caricaturist and illustrator since the end of the 1960’s and has done more and more work as a freelance graphic artist since the early 1980’s. Over the past 35 years Pärn has had over 50 solo exhibitions in various European countries. 

From 1976 to 1994 he worked as an art director and animated film director at the Joonisfilm animated film department of Tallinnfilm Studios and from 1994  at Eesti Joonisfilm Studio. Priit Pärn has made 13 animated films of duration up to 45 minutes as well as a host of short films, commercials, etc., for which he received more than 80 prizes in international top festivals.  He also received the „ASIFA Life Achievement Award“ in 2002 and 7 another life time achievements awards from different festivals as Etiuda and Anima (Poland), Fredrikstad animation Film Festival(Norway), Zagreb Anifest (Croatia), La Luna di Valencia (Spain) and Dragon of Dragons Krakow Film Festival (Poland).

Pärn has been a jury member on more than 50 internationals film festivals and had about the same number of retrospectives in different places of the world. 

Priit has illustrated more than 40 books for children and for grown-ups. As caricaturist and illustrator he collaborated with number of journals over the past 35 years. One of his comic-books from 1980 ‘’Upside down’’ became a legend and evergreen hit not only in Estonia.  

Pärn has also worked as a teacher over the past 28 years. He has taught at film schools and had workshops in Finland, Norway, Sweden, Germany, Switzerland, Spain, Belgium, Holland, France, England, Turkey, Australia, Italy, Hungary, Bulgaria, Canada, Croatia, China and Japan. In 1994 Pärn founded the Animation studies in Turku and was artistic director of Animation Department of the Turku Art Academy in Finland until 2007. In 2006 Pärn established animation studies in Estonian Academy of Arts. From 2019 he is emeritus professor of Estonian Academy of Arts and Professor of Free Arts at Tartu University.

From 2008 Pärn is a member of European Film Academy.